Guedes diz que trabalha com "plano A" para Auxílio Brasil

São Paulo, 1 de novembro de 2021


Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro afirmar que tem uma alternativa para financiar o Auxílio Brasil -programa social que vai substituir o Bolsa Família -, caso a PEC dos Precatórios não seja aprovada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse ontem que o governo trabalha com o "plano A" e conta com a aprovação do projeto no Congresso.

Bolsonaro e Guedes participaram da cúpula do G-20, em Roma, na Itália, num momento em que a votação da PEC dos Precatórios enfrenta resistências no Congresso.

O Auxílio Brasil, que vai substituir o Bolsa Família, é a aposta de Bolsonaro para viabilizar sua reeleição em 2022, mas ainda não está certa qual será a fonte de recursos para bancar o benefício.

A PEC amplia espaço no Orçamento, ao permitir o parcelamento dos precatórios (dívidas judiciais da União). No texto também foi incluída mudança na fórmula do teto de gastos, aumentando o limite de despesas da União. A proposta foi aprovada em comissão especial da Câmara, mas ainda precisa ser apreciada no plenário.

- Estamos trabalhando com o plano A, a aprovação da PEC dos Precatórios. Ela é importante porque cria espaço fiscal para o programa de assistência social. Esse é o nosso plano e acreditamos que o Congresso vai aprovar. Exatamente porque permite o financiamento dos programas sociais brasileiros - afirmou Guedes ao deixar a embaixada do Brasil, na Piazza Navona, ao ser questionado se o governo trabalha com um plano B.

Na véspera, logo após participar da abertura do G-20, Bolsonaro disse que tinha um plano B para o Auxílio Brasil, caso a PEC não fosse aprovada, mas não deu detalhes de como seria a alternativa:

- Sou paraquedista, sempre temos um outro paraquedas de reserva.

Questionado pelos jornalista sobre as críticas de Bolsonaro à reação negativa dos mercados após o governo propor mudanças na regra do teto de gastos, o ministro voltou a defender a aprovação da PEC.

- Imagino que há uma preocupação do mercado exatamente com essa capacidade de organização política para aprovar a PEC.

O ministro acrescentou: -O teto de gastos é o símbolo de um duplo compromisso. Não faltou dinheiro para a saúde, o Brasil gastou 10% a mais que a média dos países avançados para combater a pandemia. (Lucas Ferraz, especial para O Globo).

Veículo: O GLOBO - RJ 
Editoria: ECONOMIA 
Tipo notícia: Matéria
Data: 01/11/2021