Publicado em: 11/04/2011

No mundo dos esportes, a verdadeira referência

*Por Francisco Trivellato

A maioria dos jovens que faz parte da nova geração de líderes tem por hábito praticar e acompanhar a evolução do mundo dos esportes, seja por vontade própria, estimulada pelos pais e amigos ou por influência da mídia.

Nesse ambiente, a busca constante por novos referenciais de desempenho, valorização e admiração dos vencedores; os aprendizados com as derrotas e vitórias; e a infinidade de experiências e relações humanas vividas por aqueles que praticam esportes passam a integrar a formação dos jovens.

O fato é que quanto mais se vive no contexto desta realidade, mais se percebe que o tempo consolida a figura de alguns líderes esportivos, aos quais chegamos até a imitar e nos espelhar em atitudes.

Valores, como princípios de honestidade, determinação, resistência, respeito mútuo (e às regras) e motivação constante, em muito, contribuem para o nosso desempenho como seres humanos.

Esta é, ou deveria ser, no fundo, a grande contribuição do esporte para a sociedade, universo em que está incluído o meio empresarial.

Em outra dimensão da questão, verifico que somos “direcionados” a conhecer, assistir e interagir nos esportes em que há maior investimento e retorno de marketing, como o futebol, por exemplo. Entretanto, tenho percebido, graças à ampliação da cobertura jornalística nas diversas mídias, que os recentes eventos esportivos têm gerado como resultado um sentimento de distanciamento dos valores mais fundamentais – os quais, no fundo, justificariam a crença na figura de atletas que deveriam ser exemplos de atitude e de liderança.

Eu mesmo, que sou apaixonado por futebol, embora tenha jogado mais basquete quando jovem, vejo-me questionando os significados das situações recentes no mundo dos esportes, tais como:

- Promoção e exaltação das quantias extraordinárias recebidas por alguns poucos jovens talentosos;

- Ultrapassagem combinada, como ocorrido recentemente na Fórmula 1;  

- Técnico agindo o tempo todo agressivamente com todos os que o procuram;

- Jogador de futebol da seleção que destrata outro jogador muito mais humilde num jogo de treino, etc...

Junte-se a esses fatos a fraca campanha da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo da África do Sul (como indicador de avaliação) e teremos razões mais que suficientes para concluir que estamos nos focando nos esportes com valores distorcidos.

Vôlei como melhor exemplo

Em linha com este raciocínio, tivemos, em julho de 2010, pela nona vez – portanto, resultado muito superior ao já obtido pelos “deuses” do nosso futebol –, exemplo de vitória em modalidade de esporte com estrutura e resultados que merecem nossa atenção.

Estou falando do título da Liga Mundial de Vôlei Masculino, conquistado pelo time do Brasil em Córdoba (Argentina).

Formado por jogadores desconhecidos da maioria dos brasileiros, dentro de um processo de constante renovação e manutenção da força competitiva, e liderado pelo técnico Bernardinho, este time é o verdadeiro benchmarking a ser seguido.

Em vez de endeusá-lo, temos é que refletir sobre as técnicas aplicadas e os valores que o levam a um desempenho tão constante e superior. E, ver como replicá-las no cotidiano da gestão das equipes de trabalho nas concessionárias de veículos.

Nos interessa saber como o técnico do time brasileiro de vôlei masculino, Bernardinho, consegue, por exemplo:
 
- Ter o melhor resultado sempre, mantendo o alto nível de rendimento da  equipe constantemente (mesmo com a renovação de jogadores);

- Ter sempre o time na mão, administrando as tensões naturais e inerentes ao relacionamento com jogadores de alto gabarito técnico. 

Ao resgatar a definição sobre Liderança nos tempos atuais, devemos reconhecer na liga masculina do vôlei brasileiro uma consistente base inspiradora de valores esportivos verdadeiros. Trata-se de conhecimento, exemplo de planejamento e ação em equipe, que deve também ser aplicado na formação dos novos líderes do setor da distribuição de veículos do país.

*Francisco Trivellato é consultor e coordenador da Comissão de Novas Lideranças da Fenabrave.

 
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