Emplacamentos de veículos caem em agosto e contrariam expectativas da Fenabrave

São Paulo, 3 de setembro de 2014


uytrdsEntidade acredita que o último trimestre de 2014 pode ser melhor, caso o governo coloque em prática a medida que agiliza a retomada de veículos de  consumidores inadimplentes por parte dos bancos, o que, segundo a Fenabrave, aumentaria o índice de aprovação de cadastros para novos financiamentos de veículos.

De acordo com o levantamento realizado pela Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, entidade que representa mais de 7.700 concessionários de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros, como carretinhas para transporte), o total de emplacamentos no mês de agosto foi 7,43% menor que o registrado em julho. Ao todo, foram comercializadas 404.217 unidades em agosto de 2014, contra 436.674 em julho deste ano. Em relação ao mesmo período do ano passado (481.524 unidades), a queda foi de 16,05% e, no acumulado, a retração chegou a 8,62% para todos os segmentos somados. Foram emplacadas, de janeiro a agosto deste ano, 3.333.104 unidades, contra 3.647.456 no mesmo período do ano passado.

Os segmentos de automóveis e comerciais leves também apresentaram queda de 7,38% nos emplacamentos. Foram emplacadas 259.152 unidades em agosto, contra 279.805 em julho. Se comparado com agosto do ano passado (312.688 unidades), o resultado aponta para queda de 17,12%. No acumulado do ano, esses segmentos caíram 9,51%. Foram comercializadas 2.121.543 unidades nos primeiros oito meses de 2014, contra 2.344.386 no mesmo período de 2013.

Segundo a Fenabrave, os resultados de agosto contrariam as expectativas iniciais da entidade, que previa retomada no crescimento do setor a partir de agosto, chegando a um aumento de 5% no segundo semestre em relação ao primeiro de 2014. De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo e Diretor da entidade, Flavio Meneghetti, a revisão do PIB, para 0,5%, o cenário político ainda indefinido, a alta volatilidade da economia, com diversos indicadores negativos, e o alto comprometimento da renda familiar contribuíram para que o consumidor pensasse mais antes de fechar negócio. “O consumidor está gastando menos. O crédito ainda é um problema no nosso setor, apesar de a inadimplência mostrar sinais de queda, registrando 4,77% este mês”, explicou.

O presidente da Fenabrave acredita que alguns fatores poderão melhorar o desempenho do setor no último trimestre de 2014.

Além dos lançamentos previstos em outubro, com o Salão Internacional do Automóvel, realizado em São Paulo, a queda nas taxas de juros e a antecipação de compras em função da retomada dos índices do IPI em janeiro de 2015, favorecerão o consumo de automóveis e comerciais leves em novembro e dezembro.

Porém, segundo o presidente da Fenabrave, a solução mais viável para acelerar as vendas do setor será a implantação da medida que facilitará a retomada de veículos de inadimplentes por parte dos bancos, o que aumentaria o índice de aprovação cadastral na oferta de financiamentos de veículos. “Se os bancos não tiverem que recorrer à justiça para apreender os veículos de inadimplentes,  agilizando os trâmites de retomada desses bens,  aumentaria a segurança jurídica dos contratos e daria mais confiança para liberar mais crédito ao mercado. “Acreditamos que essa medida só traria benefícios pois, além de não implicar na desoneração fiscal por parte do governo, permitiria, ao sistema bancário, ampliar, em até 20%, a aprovação de crédito para financiamentos de veículos, o que significa 30 mil  automóveis e comerciais leves a mais, mensalmente, financiados. Em um ano, isso representaria um 13º. mês de vendas”, comentou Meneghetti.

Com relação ao segmento de caminhões, que teve queda acumulada de 13,85% entre janeiro e agosto de 2014, e de 12,54% sobre julho/2014 e 18,32% entre agosto 2014 e 2013, o presidente executivo da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr., comentou que a queda nos emplacamentos se deve ao desaquecimento na economia. “Se o PIB cai, o mercado de caminhões também cai. Temos produtos disponíveis, temos crédito, temos compradores, mas temos menos carga para transportar”, completou Assumpção Jr.

Para o segmento de duas rodas, o presidente executivo da entidade disse que se mantém o problema de crédito para motos de baixa cilindrada, desde a crise de 2008. Já para financiar motos acima de 250 cc, e outras ainda mais potentes, o cliente não tem problemas de cadastro. “O sistema de consórcio tem contribuído significativamente no total de vendas para motos de menor cilindrada. O mercado de motos mais potentes não passa por esta dificuldade e tem apresentado bons resultados de vendas”, avalia Assumpção Júnior.

Previsões 2014

A Fenabrave decidiu não revisar as projeções de emplacamentos para 2014. “Estamos num período de muita instabilidade e volatilidade e seria de pouca utilidade fazer qualquer revisão neste momento. Por isso, manteremos as previsões, estimadas para uma queda de 7,75% para automóveis e comerciais leves e de 6,5% para todos os segmentos somados”, conclui Flávio Meneghetti.

Acompanhe abaixo o desempenho de cada segmento

Automóveis e Comerciais Leves O volume de emplacamentos de automóveis e comerciais leves alcançou 259.152 unidades em agosto, contra 279.805 em julho, o que representa queda de 7,38%. No acumulado, os segmentos registraram baixa de 9,51%. Foram emplacadas 2.121.543 unidades em 2014 contra 2.344.386 no ano passado.

Caminhões e Ônibus O mercado de caminhões registrou baixa, na comparação de agosto deste ano (10.926 unidades) com julho (12.492 unidades), registrando queda de 12,54%. Sobre agosto de 2013 (13.376), a queda foi de 18,32%. Já na comparação dos acumulados de 2013 e 2014, foram emplacados 88.710 caminhões até agosto deste ano, ante 102.975 unidades no mesmo período de 2013 - retração de 13,85%.

O segmento de ônibus apresentou queda de 2,58% no mês de agosto. Foram emplacadas 2.417 unidades, contra 2.481 em julho. Na comparação com o mesmo período de 2013 (3.111 unidades), o segmento caiu 22,31%. Já no acumulado, o segmento de ônibus também apresentou queda de 13,82% entre 2013 e 2014.

Somados, os segmentos de caminhões e ônibus retraíram 10,89% no comparativo entre julho e agosto. Já na comparação com agosto de 2013, a queda foi de 19,07%. No acumulado, houve baixa de 13,85% para os dois setores somados.

Motocicletas O segmento de duas rodas apresentou retração de 8,01% em agosto, no comparativo com mês anterior. Foram emplacadas 111.320 unidades, contra 121.016 motos em julho. Em relação a agosto de 2013 (129.091), este setor também teve queda 13,77% e, no acumulado, a retração chegou a 6,08%.

Implementos Rodoviários Foram vendidas 4.446 unidades em agosto, contra 4.726 em julho, numa queda de 5,92%. Em relação a agosto do ano passado (6.305 unidades), o segmento retraiu 29,48% em unidades emplacadas. No acumulado a queda foi de 15,30% de 2014 contra igual período de 2013.

Outros – Outros veículos, como carretinhas para transporte, retraíram 2,53% ao comparar os meses de julho e agosto. No acumulado do ano, houve alta de 4,71%.

Tratores e Máquinas Agrícolas – Estes segmentos cresceram 0,91% no mês passado. Foram vendidas 6.182 unidades, contra 6.126 em julho. Na comparação com o mesmo período de 2013 (7.179 unidades), os segmentos registraram queda de 13,89%. No acumulado do ano, houve queda de 17,08% para estes segmentos.

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