Comerciais leves têm 21% das vendas, maior participação da história

São Paulo, 10 de setembro de 2021


Os comerciais leves estão em alta consideração nas planilhas de produção ou comerciais das montadoras. As vendas desses produtos saltaram nada menos do que 50,5% na comparação entre os oito primeiros meses de 2021 e 2020, crescimento duas vezes e meia maior do que a média do mercado, da ordem de 21%, e o triplo do registrado pelos carros de passeio, cujos licenciamentos avançaram 14,5%.

Foram negociados no período 280 mil picapes e furgões. Os emplacamentos acumulados representaram 21% das vendas totais de veículos leves, a maior fatia do segmento na história.

Ao longo de quase toda a última década esses veículos responderam por não mais do que 15% dos licenciamentos, passando a 17% somente no ano passado. E nos primeiros anos deste século a participação era ainda menor, perto de 10%.

As picapes grandes seguem como o maior filão do segmento. Sozinhas, somam mais da metade das vendas, com 142,7 mil unidades, 50% a mais do que de janeiro a agosto de 2020. As pequenas vêm logo em seguinda, com 100,2 mil licenciamentos, mas crescimento ainda mais vigoroso de 62% na comparação anual. Os furgões acumulam 22,1 mil unidades vendidas e os furgões pequenos, 9,5 mil.

As vendas diretas são decisivas para esse desempenho dos comerciais leves bem acima da média do mercado total. Enquanto a modalidade é canal para negociação de 38% dos carros de passeio, cerca de 60% das picapes e furgões são vendidos diretamente pelos fabricantes a empresas, frotistas, produtores rurais e pequenos empresários.

A marca que mais tem aproveitado a consistente onda ascendente dos comerciais leves no Brasil é a Fiat. Não por oportunismo: ela  aposta no segmento historicamente, desde sua chegada ao Brasil, em 1976.

Com cinco modelos, a Fiat detém 51,3% do segmento, com 143,5 mil unidades vendidas, 43% de todos os veículos que negociou de janeiro a agosto. Dois deles, porém, somam quase 90% do total de comerciais leves Fiat: as picapes Strada, com 79,6 mil licenciamentos, e a Toro, com 47,8 mil.

Se nenhum fator excepcional atrapalhar suas vendas no último trimestre, a Strada, quase certo, entrará para a história como a primeira picape a ser o veículo mais vendido do País ao longo de mais de seis décadas.

Em 2020, já foi o quarto mais negociado, atrás somente dos Chevrolet Onix e Onix Plus e do Hyundai HB20, automóveis de passeio compactos. Este ano, porém, sua maior ameaça está "dentro de casa". O Fiat Argo é o segundo colocado no ranking, mas com 19 mil emplacamentos a menos, diferença equivalente a quase três meses de suas vendas, que, em agosto, somaram 7,7 mil contra 9,1 mil da Strada.

A Fiat, assim, já pode estourar o champanhe  e preparar a campanha publicitária em comemoração ao retorno de um modelo seu ao topo depois de sete anos. Em 2014, o Palio ficou à frente Volkswagen Gol e da própria Strada. Desde então, só deu Chevrolet Onix na ponta.

Veículo: AUTOINDÚSTRIA - ONLINE 
Editoria: NOTÍCIAS 
Tipo notícia: Matéria
Data: 09/09/2021
Autor: George Guimarães