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09/04/2020

Potencial de PIB das maiores economias tem queda recorde

Brasil, EUA, Reino Unido, Japão e outras das principais economias globais tiveram em março a maior queda de suas histórias em seu potencial de crescimento, estimou a OCDE. A entidade diz que o sinal é mais forte agora do que era na época da crise financeira de 2008.

Bruxelas, Brasil, EUA, Reino Unido, Japão e outras das principais economias globais tiveram em março a maior queda de suas histórias em seu potencial de crescimento, estimou nesta quarta (8) a OCDE (organização que reúne 36 dos principais países do mundo).

O cálculo faz parte do CLI, indicador composto que projeta pontos de virada nos ciclos de negócios.

Em comparação com março de 2019, o indicador caiu 1,26% para o Brasil, 0,39% para os EUA, 2,25% para a Alemanha e 0,93% para as sete maiores economias do mundo.

O CLI mostra movimentos de curto prazo em relação a seu potencial de longo prazo, ou seja, uma queda no indicador não é uma medida do grau de contração do PIB, mas uma indicação da força com que os países entraram nessa fase de contração.

Como medida de comparação, a organização diz que o sinal é mais forte agora do que era na época da crise financeira de 2008.

Segundo a OCDE, a queda revela o “considerável choque econômico causado pela pandemia da Covid-19 e seu impacto imediato na produção, consumo e confiança, após medidas de ‘lockdown’”.

A entidade ressalva que, nos próximos meses, será preciso ponderar a interpretação do CLI (e de indicadores futuros em geral), por dois motivos.

O primeiro é que há muita incerteza sobre a duração das quarentenas, o que reduz muito a capacidade de o indicador prever movimentos futuros nos ciclos de negócios.

Além disso, o CLI não consegue antecipar o fim da desaceleração, também porque não estão claras a severidade e a duração das restrições.

Segundo a OCDE, para melhorar a capacidade de previsão do indicador, será fundamental que os governos comecem a formular e comunicar estratégias de longo prazo, além das medidas imediatas iniciais que tiveram de impor.

Também nesta quarta, a OMC estimou que o comércio internacional de bens deve cair de 13% a 32% neste ano por causa da pandemia de coronavírus.

A margem da previsão é ampla porque ainda há muita incerteza sobre a duração da crise, que tem “natureza sem precedentes”, afirmou a entidade.

“Esta é, antes de tudo, uma crise de saúde, que forçou os governos a tomar medidas sem precedentes para proteger a vida das pessoas”, disse o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo.

“Esses números [de impacto econômico] são feios —não há como contornar isso”, disse.

Emergentes ficarão mais distantes de desenvolvidos, diz BC

Em videoconferência nesta quarta-feira (8), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que os mercados ficarão mais fechados pós-pandemia.

“Haverá um distanciamento de países desenvolvidos e emergentes”, avaliou. “Parte do mundo questiona a concentração da produção de bens médicos em alguns países, principalmente emergentes, que se especializaram cada um em uma coisa, nessas cadeias globais de valores.”

Ele ressaltou que, se a crise perdurar, “é consenso entre banqueiros centrais do mundo que países vão convergir para estímulo fiscal de 6% a 7% do PIB”, com aumento de gastos públicos.

FOLHA DE S.PAULO – MERCADOS – 09/04/2020 –PÁG A20